domingo, 3 de janeiro de 2010

O carnaval que a água levou

Dias de luto. Enviuvados eu e mais 100 mil pessoas. Este ano não tem carnaval.

Todos aguardando ansiosamente que as água baixem e que, o marido ido a guerra, volte são e salvo.

Corações aos pulos, “eu passei por aquela rua”, “eu fiquei naquela casa”, “sentei na escadaria da igreja”.

Ahhhhh aquela rua. Foi lá, bem lá que encontrei o amor da minha vida, amor eterno.

Homem simples, motorista de ônibus. Sim, é ele, o Barbosa, que deixei com a promessa que voltaria no próximo ano e gritar novamente “siga em frente nessa linha, ou vou contar pra tia Rosa”. Pra outros o amor foi pelo Juca Teles que dizia que "boca do povo são palavras de amor”. Tantos personagens, tantas histórias.

Pensando bem, meu amor eterno é pelo carnaval de rua, pela simplicidade do lugar, pelo colorido das ruas, pelo empenho dos moradores de fazer daqueles 4 dias os melhores do ano. Pelas casas históricas, pela praça feita em homenagem feita a um dos filhos ilustres, Oswaldo Cruz.

Amor eterno pela alegria que existe naquele lugar, na magia dos prédios e das ruas, pela adrenalina que se sente no ar só de se entrar na cidade.

Eu e mais 100 mil pessoas estamos tristes pela morte do carnaval que não nasceu e foi levado pela chuva. Mas jamais te deixaremos e aguardaremos por 2011.

“Oh oh Barbosa, ai que dor no coração...”

Um comentário:

  1. Acho que tem mais sentimento do que história. Só um desabafo de uma Paraitinguense de coração!

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